Ser Psicólogo(a): um compromisso com a vida, com a escuta e com o cuidado
- SIRLEI PEREIRA NUNES
- 27 de ago.
- 2 min de leitura

Ser psicólogo(a) é assumir um lugar de profunda responsabilidade diante do humano. É compreender que, quando alguém nos procura, traz consigo não apenas sintomas, mas histórias, afetos, dores e esperanças. Nossa tarefa vai além da técnica: envolve sustentar um espaço ético de escuta, onde o sujeito possa se reconhecer, elaborar e reinventar caminhos possíveis para si.
O cuidado com a saúde mental é um direito fundamental da população, e o psicólogo se inscreve como um profissional essencial nesse processo. Em um mundo marcado por pressões, adoecimentos e desigualdades, oferecemos a possibilidade de um encontro singular, o encontro em que a palavra ganha corpo e em que o silêncio, quando respeitado, também fala.
Esse ofício exige não apenas preparo acadêmico e científico, mas também presença ética, empatia e compromisso genuíno com a dignidade do outro. Ser psicólogo(a) é sustentar a delicada fronteira entre cuidar e respeitar, entre acolher e não se apropriar, entre orientar e permitir que cada sujeito seja autor de sua própria história.
Ao mesmo tempo, é urgente a valorização desse fazer. O trabalho psicológico precisa ser reconhecido em toda a sua potência, nas diferentes áreas em que se inscreve: clínicas, hospitais, escolas, políticas públicas, empresas, universidades. Mais do que reconhecimento simbólico, é necessário que se traduzam em melhores salários, condições adequadas de trabalho e políticas que fortaleçam a prática profissional. Afinal, cuidar de quem cuida também é uma forma de promover saúde coletiva.
Por fim, deixo um agradecimento especial: aos meus pacientes, que confiam a mim o que têm de mais íntimo e verdadeiro; aos meus supervisionandos, que me permitem partilhar e construir saberes em conjunto; e aos meus alunos, que renovam minha esperança e me desafiam a seguir formando novas gerações de psicólogos.
É nesse movimento, entre cuidar e aprender, entre escutar e ensinar, que encontro o sentido de Estar Psicóloga. E é nessa partilha que sigo acreditando no poder transformador da Psicologia.



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